Revelações da base podem encher os cofres do Alvinegro

Revelações da base podem encher os cofres do Alvinegro

Zagueiro dos juvenis realiza testes na Inglaterra, e meia da seleção sub-20 desperta interesse do futebol europeu



Se nos profissionais a situação é difícil, com risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, as categorias de base podem, em breve, render frutos financeiros para o Botafogo. O meia Wellington Júnior, de 20 anos, e o zagueiro Gérson, de 17, estão na mira do futebol da Europa.

Embora não tenha sido titular em todas as partidas do Mundial Sub-20, o desempenho de Wellington Júnior pela seleção brasileira da categoria chamou a atenção dos estrangeiros. Há alguns dias o clube recebeu a notícia de que um grupo de empresários mostrou-se interessado em contratar o meia, que poderia ser negociado com o futebol europeu.

O Botafogo, entretanto, ainda não recebeu uma proposta concreta pelo jogador de 20 anos, que recentemente chegou ao vice-campeonato mundial, em competição disputada no Egito. Wellington Júnior é meio-campo de origem, mas na competição, apareceu mais vezes atuando na lateral direita, despertando o interesse de Estevam Soares, que disse pretender contar mais vezes com o jogador.

Wellington Júnior, que segue fazendo algumas partidas pelos juniores, tem contrato com o Botafogo até 31 de dezembro de 2012. O meia, que começou a atuar pelos profissionais no ano passado, tem apenas 12 partidas oficiais disputadas e um gol marcado pelo grupo principal.

Outro que desperta interesse é Gérson, de 17 anos. O zagueiro, que tem idade para a categoria juvenil, se destacou na recente excursão dos juniores alvinegros pela Holanda, que faz parte do projeto da diretoria de internacionalização da marca Botafogo. O jogador atualmente está na Inglaterra realizando testes no Everton, da cidade de Liverpool. O zagueiro chegou a realizar dois treinamentos com os profissionais e agora trabalha entre os atletas de sua categoria.

Gérson, que tem contrato com o clube até 30 de junho de 2012, completa 18 anos no próximo dia 7 de janeiro, e a partir desta data estará livre para transferir-se para o futebol europeu. A expectativa é de que uma eventual negociação com o Everton poderia render o equivalente a R$ 2,6 milhões, o que seria considerado uma grande ajuda ao Botafogo em tempos de dificuldades financeiras.

Outra esperança do Alvinegro é Luis Guilherme, de 17 anos, que atualmente defende a seleção brasileira-sub17 no Mundial da categoria, na Nigéria. No entanto, em General Severiano existe dúvida quanto ao motivo pelo qual o goleiro perdeu a vaga de titular.

Luis Guilherme foi um dos destaques do Brasil no título no Sul-Americano Sub-17, quando defendeu duas cobranças na disputa de pênalti na final contra a Argentina. Humberto Redes, que trabalhou como gerente das categorias de base do Alvinegro até junho, é supervisor da seleção sub-17.

Eles nem jogaram pelo time profissional e ja vão sair!?

Que tristeza...

O Botafogo não precisa fazer isso para ter dinheiro...

Basta o presidente trazer o tal fundo prometido, de 50 milhões de reais...

Amigos,

Minha idéia da função que tem as divisões de base é diferente do que mostra a “turma” que se aboletou no Glorioso.

Divisão de base é para revelar craques e novos ídolos que renovem nossa torcida. Tamanho de torcida representa mais patrocínio e cota de TV, mais cobrança para que continuemos competitivos e vencedores.

A maior parte da torcida do Botafogo, formada nos anos gloriosos da década de 60 (meu caso inclusive), já necessita de novo gás sob o risco do Botafogo perder sua representatividade como grande clube brasileiro.

Formarmos craques que sejam, desde jovens, completamente identificados com nossa Gloriosa camiseta é um jeito indiscutível de cumprir-se esta tarefa. Foi o que ocorreu conosco quando do fabuloso timaço de 67 até 1973, quase totalmente formado em nossas bases. Forneceu-nos craques e ídolos inesquecíveis como Jairzinho, Roberto, Paulo César, Rogério, Zequinha (este vindo ainda menino do Flamengo para os nossos juniores, mas era tão bom que logo subiu para o time principal), Ney Conceição, Carlos Roberto, Afonsinho, etc.

A resposta a esta profusão de craques foi instantânea: Nossa torcida deu tal salto de popularidade que descolamos do América (que em fins dos anos 50 tinha uma torcida que rivalizava com a nossa em tamanho), encostamos e posteriormente superamos o Fluminense e, agora, mesmo passados 40 anos desta fase maravilhosa, somos a 3ª torcida carioca.

O jargão dos locutores era “comemora a torcida do Botafogo, a torcida que mais cresce no Brasil”. Era a pura verdade que deixou de sê-la a partir de 74-75 com a mediocrização do Glorioso.
Não por coincidência deixamos de revelar craques por estes tempos.

Leio acima, aborrecido, que o Botafogo caminha a largos passos para tornar-se uma espécie de Bonsucesso ou Madureira globalizados.!

Explico: O simpático Bonsucesso, longevo clube do subúrbio leopoldinense, e o Madureira, este do subúrbio da EF Central do Brasil, desde cedo se contentaram em revelar craques que logo seriam comprados pelos grandes cariocas, os quais desde os anos 30 seriam Fluminense, Botafogo, América, Bangu, Flamengo e Vasco da Gama.

O Bonsucesso revelou na década de 30 Leônidas da Silva, um dos maiores craques brasileiros de todos os tempos e China, artilheiro que se consagraria o Vasco. Será que se o “Bonsuça” tivesse preferido manter estes craques no começo de sua história não poderia ter sido outro destino que não o de minúsculo clube de futebol? Ainda lembro que o Bonsucesso revelou Moisés e Renê (que teriam passagem no Vasco e Botafogo) além de ter sido o clube de origem do nosso inesquecível Maurício Anastácio.

Já o Madureira revelou entre outros, na década de 40 , o fantástico trio médio Lelé, Isaías e Jair Rosa Pinto, que se tornaram ídolos no famoso Expresso da Vitória Vascaíno. Os três são tidos como alguns dos maiores meias que o futebol brasileiro já teve. Logo depois Didi foi revelado pelo mesmo Madureira, comprado pelo Fluminense, depois pelo Botafogo quando formaria com Nilton Santos, Garrincha, Quarentinha, Manga, Pampolini, Amarildo e Zagallo um dos maiores times da História do futebol.

Provavelmente se o Madureira houvesse pensado grande pudesse ser um dos maiores times do Rio e Brasil. Mas preferiu manter-se neste papel de mero fornecedor de craques para os adversários mais ambiciosos. Certamente deve ter havido algum “grande madureirense” que comemorou as vultosas quantias e o equilibrio de contas que tais negócios propiciaram.

A verdade é que chances e boa sorte tem que ser aproveitadas, mas para isso tem que haver vontade e trabalho quando estas oportunidades aparecem.

Será que o melhor para o Botafogo é resignar-se em revelar jogadores para o mercado europeu?

Daqui a pouco acharão ótimo revelar craques para o São Paulo, Flamengo ou Corinthians, porque “dinheiro não tem pátria e o Botafogo não tem como segurar as revelações”.

Temo que esta atitude seja o caminho mais curto para o amesquinhamento e apequenamento do Botafogo!