Garfados nos Aflitos

Garfados nos Aflitos




O juiz do jogo de ontem, José Henrique de Carvalho, prejudicou o Botafogo, marcando um penálti duplamente roubado. Eu explico o "duplamente": na mesma jogada, o jogador do Náutico Anderson Santana, atropelou Tulio Souza e, em seguida, foi favorecido com uma falta inexistente dentro da área. O mais incrível era que o juiz estava a poucos metros do lance.

O Botafogo, que vencia por 1 x 0 (ganha um doce se você adivinhar de quem foi o primeiro gol) e tinha domínio total da partida desde o começo, com uma grande aplicação tática e sólido na defesa, se desestabilizou com esse erro (proposital ou não) do árbitro. De qualquer forma, foi uma ajuda e tanto para o até então anestesiado time do Náutico.

A partir do empate, e com o recuo do desestabilizado (e injustiçado) Fogão, o Náutico começou a apertar aos trancos e barrancos; até que surgiu o segundo gol, no único lance em que a defesa do Botafogo bobeou feio, após bater cabeça em um cruzamento, que sobrou limpa para Carlinhos Bala escorar e Gilmar marcar livre.

Mas eis que ele estava lá aos 31 minutos do segundo tempo. Numa falta de muito longe, Juninho, não satisteifo com o primeiro gol (sim! adivinhou?! o primeiro gol foi dele mesmo), soltou um rojão e o goleiro do Náutico obviamente rebateu. Reinaldo estava esperto para concluir e empatar.

O Botafogo voltava a engrenar em busca da virada, quando o juiz tratou de expulsar Fahel (realmente fez falta dura, mas recebera um cartão amarelo injusto antes). E o jogador do Náutico que no primeiro tempo deu uma cotovelada criminosa arrancando todo sangue que o Lúcio Flávio ainda tinha, na frente do juiz, que nem cartão amarelo recebeu?!

Com isso, Ney Franco foi obrigado a recuar ainda mais o time, recompondo o sistema defensivo com Léo Silva, no lugar de Renato.

Resultado final: Náutico (com reforço do Juiz) 2 x 2 Botafogo.

E mais dois pontinhos que os árbitros levam da gente...

Raio X:

Castillo - Esteve ligado no jogo, orientando a cozinha alvinegra. Ágil dentro da área, foi pouco exigido pelo Náutico. Nota 6,5.
Túlio Souza - Para quem não vinha jogando, correu bem e jogou com raça. Não chutou bem para o gol em algumas oportunidades. Nota 5,5. Deu lugar à Jônatas, que não estreou bem. Errou passes fáceis. Perdoável, já que entrou na fogueira e está sem ritmo de jogo. Nota 5.
Wéllington - Bom jogo. Sólido atrás e ainda puxava bem o jogo pela direita. Não dá para entender a preferência de Ney Franco por Émerson. Nota 7.
Juninho - Fez o primeiro gol chutando de longe, numa jogada bem ensaiada, além de fazer 90% do segundo gol, na cobrança de falta que causou o rebote para Reinaldo marcar. Esteve absoluto defensivamente. Está se tornando cada vez mais fundamental ao Botafogo. Nota - 10.
Batista - Como nos jogos anteriores que atuou como lateral. Se lançou ao ataque pelo meio, e deixou brechas pelo lado esquerdo, por onde o Náutico tentava se criar. Nota 5,5.
Leandro Guerreiro - Ganhou todas, tanto nas antecipações por baixo, como pelo alto. Muito sólido na proteção à zaga. Errou poucos passes. Ótima atuação. Nota - 8,5.
Fahel - Muita entrega. Botou gás em excesso nas disputas de bola. Cumpriu seu papel tático de destruir jogadas e jogou bem, se comparado aos seus últimos jogos. Foi ingênuo, ao fazer falta dura e receber o segundo cartão amarelo, sendo expulso. Nota - 6.
Lúcio Flávio - Jogou melhor em relação as suas últimas partidas (pelo menos é um avanço). Correu mais e tentou não se esconder tanto, além de errar menos passes. Tomou uma cotovelada criminosa, que o juiz fingiu não enxergar. Nota - 6.
Renato - Está melhorando fisicamente aos poucos. Correu e se movimentou mais em relação às outras partidas em que atuou, mas perdeu uma oportunidade clara de gol, no fim do primeiro tempo, que tornaria a reação do Náutico bem difícil. Deveria ter chutado aquela bola! Nota 6,5. Foi substituído por Léo Silva, que tinha a função de recompor o sistema defensivo com a expulsão de Fahel e não comprometeu. Nota 5.
Victor Simões - A garra e força costumeiras. Não teve muitas oportuinidades claras de gol. Mas abriu espaços e incomodou os zagueiros. Nota - 7.
André Lima - Não esteve bem. Ficou preso na marcação e não teve chances de gol. Nota 5. Entrou Reinaldo em seu lugar, que vem recuperando o ritmo de jogo e está melhor tecnicamente. Foi oportunista no segundo gol. Nota 7.
Ney Franco - Não teve culpa dessa vez. O time respondeu bem ao esquema tático estabelecido. O juiz desestabilizou o time que vinha sólido e com vantagem no marcador, com um pénalti roubado. Atuação neutra nas alterações. Nota 6,5.

Ponto Positivo: O time está em franca evolução física e tática. Uma sequência de vitórias é iminente.
Ponto Negativo: Os jogadores não devem se deixar abalar psicologicamente pela picaretagem dos juizes. Devem ter mais frieza para administrar o jogo e decidir, como na escola argentina.

S.A.! O Inter que aguarde a fúria alvinegra!

Do Lancenet