FUTEBOL PROFISSIONAL

Amigos leitores, hoje vou começar a falar um pouco do esporte futebol e a interação com nutrição humana. O assunto é vasto, portanto terei que dividir em algumas colunas o andamento do assunto.

O futebol é o esporte mais popular e praticado pelo mundo afora. A FIFA por exemplo informou que no final da Copa do Mundo na França (1998), mais de 40 milhões de pessoas assistiram-na.

O futebol é um esporte que consiste em exercícios intermitentes de intensidade variável. Cerca de 88 % de uma partida de futebol envolve atividades aeróbias. e os outros 12% atividades anaeróbias de altíssima intensidade. Durante um jogo de futebol, os jogadores percorrem em média 11km, sendo que a média da distãncia percorrida no primeiro tempo é 5% maior que a do segundo.

As corridas de baixa intensidade correspondem a 35% da distância total percorrida, enquanto distâncias percorridas em velocidade de sprint variam de 8 a 12%. As distâncias percorridas em alta intensidade variam de 8 a 18% do total. Jogadores de primeira divisão realizam corridas de altíssima intensidade em maior volume que os de divisão inferior.

A distância percorrida por um jogador de meio-campo varia de 10 a 12km, que é maior que a dos zagueiros que variam de 9 a 9,6km. Atacantes em torno de 10km e os laterais hoje são os mais utilizados, correspondendo em média 14km por partida. Fala-se que o lateral Léo Moura percorre num jogo cerca de 16km. Comenta-se também, onde inclusive em um curso que fiz com a nutricionista que foi da Seleção Brasileira de Futebol e do São Paulo, a Dra. Patrícia Bertolluci, a mesma afirmou que o jogador Cafú tinha a melhor resistência aeróbica e captação de oxigênio do país. Sua bicicleta ergométrica precisou ser adptada, pois as catracas não acompanhavam o giro de suas pernas. Ou seja, ele era mais rápido do que a bicicleta.

A demanda energética de um jogador de futebol gira em média 3150kcal a 4300 kcal.
Um jogador de futebol de 75 kg gasta durante um treinamento cerca de 1.360 kcal e, apresenta uma captação máxima de oxigênio de 60 a 67 mL/Kg de peso/minuto , valor esse 15% maior ao encontrado em indivíduos sedentários. Normalmente o jogador de meio de campo é o que possui o maior valor de captação de oxigênio do time. Os laterais vem logo depois.

O glicogênio muscular é fundamental quando se fala em produção de energia durante o exercício. E a fadiga, em geral está associada a depleção deste substrato energético.

Normalmente, os jogadores de futebol iniciam o jogo com baixos níveis de glicogênio muscular, devido aos hábitos alimentares erroneos, e ao número excessivo de jogos e treinos.

As concentrações de glicogênio muscular podem influenciar o desempenho no campo, porque na sua ausência, o trabalho muscular é mantido pela energia fornecida pela gordura, em processo totalmente aeróbio e com rapidez de 50% abaixo do normal.

Na primeira metade do jogo, o nível de glicogêncio muscular não é fator limitante do desempenho, mas na segunda metade, se o glicogênio estiver diminuído, há comprometimento do desempenho físico e de performance atlética com certeza.

Jogadores que iniciam o jogo com níveis de glicogenio muscular baixos, percorrem distâncias menores, em velocidade menor, andam mais e realizam menos sprints. Esses mesmos jogadores, na segunda metade do jogo, percorrem menor distância e velocidade também diminuida em relação aos demais atletas melhores condicionados.

Bom, por hoje é isso, na próxima vamos seguindo o raciocínio até chegarmos propriamente ao fator alimentação relacionada a este esporte tão apaixonante que é o futebol.

Aproveito ao espaço, para rogar a Deus pelas pessoas desta tragédia aérea, que vitimou adultos e crianças, brasileiras e de outras tantas nacionalidades. Também a nossa solidariedade aos parentes destes irmãos que se foram.

Luz, fé e saúde.

Marcelo Andrade
CRN1 1483

Sensacional coluna, Doutor Marcelo.

Aprofundado que és em medicina esportiva e preparação física, como avalias a performance, nesses quesitos, do nosso Glorioso este ano?

Na minha visão, eu que não sou médico mas sou praticante de jogging (14 km quatro vezes p/semana) suspeito de péssima preparação física, mau acompanhamento fisiológico e, para completar, um incompetente departamento médico.

Nosso time vai mal em quesitos como capacitação aeróbica (lembremo-nos das repetidas câimbras em vários jogos) e atlética (nossos jogadores não têm explosão para piques e dribles, além de uma irritante deficiência em recuperação quando são driblados). Talvez esteja enganado, mas esta é minha impressão, caro Marcelo.

O que poderia ser feito para sanar, em curto e emergencial prazo, nossas deficiências?

Nossos departamentos médico, fisiológico e físico estão à altura do Botafogo?

Saudações botafoguenses de Nelson Milesi

Amigo Major, fica difícil avaliar com corretez e justiça o que me perguntas. Não seria ético e talvez irresponsabiliade falar qualquer coisa.
Na verdade como torcedor, fico com uma pulga dentro da orelha. Realmente, por que tanto tempo para recuperar os jogadores? Esses que demoram mais, estão "bichados"?
Por que contrataram então?
Existem protocolos para toda a preparação física, atlética e nutricional para os atletas de futebol profissional. É um tipo de preparo individualizado, onde se olha perfil, biotipo, posição que joga, qualidades, deficiências, necessidades orgânicas compatíveis com as funções exercidas no campo. Cada atleta tem que ser tratado individualmente. No que se refere a alimentação e suplementação, cada um é cada um. Anamneses, exames bioquímicos, análise de mineralograma, níveis de acidez sanguínea, etc ...
Tudo tem que ser bem preparado, para se chegar ao triunfo. Qualidade e competência andas juntas .
Um grande abraço e obrigado por prestigiar a coluna.
Marcelo

Marcelão, descobri o que vamos mandar de presente ao Lucio Flavio... Glicogênio Muscular!!! Será que assim ele vai correr mais em campo!? eheheh

Agora no serio... amigo, voce não imagina o quanto sua coluna é importante!!!

Parabens!!!

Sonic,
Achas também que temos problemas na preparação física daqueles indolentes?

Sds,
Nelson

Major Nelson, sem duvida!!!

Chega a ser ridiculo ver ao final das partidas os jogadores com caimbras... A velocidade de alguns é risivel... a recuperação nas jogadas tambem é de se preocupar!!!

Vamos ver quando chegaremos ao que eles chamam de apse!!!

Confesso ao amigo, que isso me preocupa!!!

Sonic, meu irmão. Outro dia falei que uma das causas mais comuns para cãimbras, é a deficiência de magnésio, por baixa ingestão dietética. Porém, para o magnésio da dieta ser absorvido, é necessário que se respeite a relação de 2:1 com o calcio e também dos fosfatos. Muito bem, se houver alterações drásticas nestas relações, a absorção ficará comprometida no caso do magnésio. O potássio também é um mineral muito importante neste processo.
E aí pergunto, já olharam a ÁGUA que estão fornecendo para os jogadores? Parece até brincadeira, mas isso pode estar causando esse tipo de alteração.
Vale lembrar que sinais como cãimbras e fadiga muscular tem várias causas, como falha dietética, preparação física com carga errada ou periodicidade insuficiente, desidratação, insônia, alcool, entre outras.
Se prestarmos atenção, percebemos que temos vários jogadores com porte muscular abaixo da maioria dos clubes que nos enfrentam. Um exemplo: o goleiro renan. Apesar de ter um biotipo classificado com longelínio, já era hora de ter ganho um pouco mais de massa muscular, para ter mais força e explosão. Um exemplo ao contrário: olhem o goleiro Bruno do flamengo.
Um abraço

Marcelão, eu lembro quando disse isso!!!

Baseado no que o amigo diz, as chances de um atleta sofrer de caimbras por falha do DM, são enormes. E ai, é que entra o trabalho do DM... eles precisam acompanhar melhor o que oferecem aos atletas, no que se trata de alimentação e até mesmo a agua, se esta tem carecteristicas que podem alterar o metabolismo dos atletas.

Realmente o porte fisico dos nossos atletas, é preocupante... quando olho para o Victor Simões, e comparo com o Tiaguinho, o Gabriel... dá até tristeza!!!

Abraços!